terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Todos os dias são dia 4.


Uma tarde de Fevereiro. Céu limpo, visibilidade total.
Estamos à vertical de Montemor-o-Novo. E o João desafia-me para uma volta de avião. Sim!
Metemo-nos no carro em direcção à pista da Amendoeira. 10 kilómetros de estrada, como é Fevereiro as sombras são húmidas e ao sol conseguimos sentir como ele nos lambe.
O Jonhy prepara minuciosamente a Juliette, com a calma depositada nos detalhes.
Depois de instalados começamos a subir e o Papá a recitar ao rádio um ditado de indicações técnicas e códigos.

Quando voava com o João, eu não falava estupefacta, em estado de graça, de elevação.

Subimos a pouco e pouco em grandes círculos. Um desenho de uma arquitectura utópica.
Montemor encontra-se a 80km, em linha recta, da costa que é assinalada pela serra da Arrábida.
A dado momento vi o mar, o João necessáriamente atento aos instrumentos e eu ali de boca aberta.
Olhámos a Este, algumas nuvens e céu denso. Lá fomos nós ao seu encontro com pressa de lavar o avião com o sol que nos empurrava o avião e em frente um cada vez mais denso exército de nuvens.
Então, entre nós e elas um Arco-Íris. Irresistível, mais motor! Para logo a seguir, desligar tudo e planar a passagem do arco. Soubémos, só os dois, que chamar-lhe arco é um engano. Um arco-íris quando levitamos e passamos através dele é um anel de cores, um Circulo-Íris.

O Papá tinha na altura mais de 10 anos de voo e muitos livros de metereologia lidos e desconhecia este fenómeno.
Esta visão improvável uniu-nos ainda mais. E até ao nosso último jantar juntos contámos isto da mesma maneira que um inventor descreve o seu novo achado.

1 comentário:

CL disse...

Muita força!

Para que todos os dias voltem a ser dia 3...

Um beijinho grande.