Disseste-me tu que somos nós, vidas alheias, a tua duração, a tua imortalidade. Porque a palavra.
Fim de um ano, princípio de um outro e o aniversário do João (1), meu pai.
Vivo esta urgência de explicar uma coisa presente que não é memória, como alguns insistem. Procuro a resposta nas palavras que disseste e ainda dizes e dirás porque as dizemos. Escutamos-te:
"Ser sem corpo não é provavelmente condição da criatura, como o é o termo incerto, é condição do mensageiro. Despido de corpo e até de forma, o mensageiro é já luz pura que, sem se deter em saber de ver, vê e ilumina.
(…)
Seres sem corpo. Chegaste? Não duvido que seja esse o modo em que te encontras, em que cada um de nós pode encontrar-te, hoje, dia de festa, e todos os dias. Duvido é que, nesta vida, neste mundo em que vivemos nós, seres com corpo a termo incerto, não tenhas sido e estado sem corpo muitas
vezes.”
Excerto de Apoteose, JR, 2005
Papá tu és a minha ilha afortunada.
Brindemos.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Aqui está o meu road book para os próximos dias:
E as coisas boas / et les bonnes choses:
Toujours la beauté, qui nous sauve.
O colectivo
O paraíso na Terra: a Quinta do Março - le paradis sur la Terre.
Thomas Cook
Olho-te.
Agarraste o cigarro, como fazes, com o dedo todo ao redor, bem perto dos teus lábios.
Acendes o isqueiro com a outra mão e aproximas o teu rosto, que todo se ilumina.
Giraste deliciosamente o pescoço.
Depois. E depois perco os olhos nos fios que são linhas primeiro e nuvens depois: fumo. E também na luzinha que devagar come o branco desse cigarro em direcçãao à tua boca.
Páras algumas vezes essa concentração própria de alguém que bebe o momento e olhas-me fundo.
Talvez precises de reanimar essa luzinha, ás vezes.
Gosto quando fumas.
E as coisas boas / et les bonnes choses:
Toujours la beauté, qui nous sauve.
O colectivo
O paraíso na Terra: a Quinta do Março - le paradis sur la Terre.
Thomas Cook
Olho-te.
Agarraste o cigarro, como fazes, com o dedo todo ao redor, bem perto dos teus lábios.
Acendes o isqueiro com a outra mão e aproximas o teu rosto, que todo se ilumina.
Giraste deliciosamente o pescoço.
Depois. E depois perco os olhos nos fios que são linhas primeiro e nuvens depois: fumo. E também na luzinha que devagar come o branco desse cigarro em direcçãao à tua boca.
Páras algumas vezes essa concentração própria de alguém que bebe o momento e olhas-me fundo.
Talvez precises de reanimar essa luzinha, ás vezes.
Gosto quando fumas.
domingo, 9 de dezembro de 2007
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Todos os dias são dia 4.
Uma tarde de Fevereiro. Céu limpo, visibilidade total.
Estamos à vertical de Montemor-o-Novo. E o João desafia-me para uma volta de avião. Sim!
Metemo-nos no carro em direcção à pista da Amendoeira. 10 kilómetros de estrada, como é Fevereiro as sombras são húmidas e ao sol conseguimos sentir como ele nos lambe.
O Jonhy prepara minuciosamente a Juliette, com a calma depositada nos detalhes.
Depois de instalados começamos a subir e o Papá a recitar ao rádio um ditado de indicações técnicas e códigos.
Quando voava com o João, eu não falava estupefacta, em estado de graça, de elevação.
Subimos a pouco e pouco em grandes círculos. Um desenho de uma arquitectura utópica.
Montemor encontra-se a 80km, em linha recta, da costa que é assinalada pela serra da Arrábida.
A dado momento vi o mar, o João necessáriamente atento aos instrumentos e eu ali de boca aberta.
Olhámos a Este, algumas nuvens e céu denso. Lá fomos nós ao seu encontro com pressa de lavar o avião com o sol que nos empurrava o avião e em frente um cada vez mais denso exército de nuvens.
Então, entre nós e elas um Arco-Íris. Irresistível, mais motor! Para logo a seguir, desligar tudo e planar a passagem do arco. Soubémos, só os dois, que chamar-lhe arco é um engano. Um arco-íris quando levitamos e passamos através dele é um anel de cores, um Circulo-Íris.
O Papá tinha na altura mais de 10 anos de voo e muitos livros de metereologia lidos e desconhecia este fenómeno.
Esta visão improvável uniu-nos ainda mais. E até ao nosso último jantar juntos contámos isto da mesma maneira que um inventor descreve o seu novo achado.
Uma tarde de Fevereiro. Céu limpo, visibilidade total.
Estamos à vertical de Montemor-o-Novo. E o João desafia-me para uma volta de avião. Sim!
Metemo-nos no carro em direcção à pista da Amendoeira. 10 kilómetros de estrada, como é Fevereiro as sombras são húmidas e ao sol conseguimos sentir como ele nos lambe.
O Jonhy prepara minuciosamente a Juliette, com a calma depositada nos detalhes.
Depois de instalados começamos a subir e o Papá a recitar ao rádio um ditado de indicações técnicas e códigos.
Quando voava com o João, eu não falava estupefacta, em estado de graça, de elevação.
Subimos a pouco e pouco em grandes círculos. Um desenho de uma arquitectura utópica.
Montemor encontra-se a 80km, em linha recta, da costa que é assinalada pela serra da Arrábida.
A dado momento vi o mar, o João necessáriamente atento aos instrumentos e eu ali de boca aberta.
Olhámos a Este, algumas nuvens e céu denso. Lá fomos nós ao seu encontro com pressa de lavar o avião com o sol que nos empurrava o avião e em frente um cada vez mais denso exército de nuvens.
Então, entre nós e elas um Arco-Íris. Irresistível, mais motor! Para logo a seguir, desligar tudo e planar a passagem do arco. Soubémos, só os dois, que chamar-lhe arco é um engano. Um arco-íris quando levitamos e passamos através dele é um anel de cores, um Circulo-Íris.
O Papá tinha na altura mais de 10 anos de voo e muitos livros de metereologia lidos e desconhecia este fenómeno.
Esta visão improvável uniu-nos ainda mais. E até ao nosso último jantar juntos contámos isto da mesma maneira que um inventor descreve o seu novo achado.
domingo, 2 de dezembro de 2007
domingo, 25 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Quase amanhã...
Semana tão intensa como as anteriores, menos angustiosa talvez, mas de um surrealismo longíquo.
A Catarsis ontem, a meia manhã, com um litro de óleo derramado no chão da casa, em cascada desde o forno que está por cima do frigorífico. Líquido pegajoso a escorrer em fio por ali abaixo e depois a continuar o seu esforço de expansão através das uniões da tijoleira. Baahh!
Depois de tal batalha, uma conferência com um histérico autoritário. Aguentei uma hora e meia nem sei como...
Leituras de recepções inesperadas.
E, depois, duas horas e meia de escuridão com 8 colegas a tentar revelar 20 filmes. Ter acabo é um feito!
E hoje, descobri que na escola existem máquinas elitistas. Mas isto conto para a próxima.
Semana tão intensa como as anteriores, menos angustiosa talvez, mas de um surrealismo longíquo.
A Catarsis ontem, a meia manhã, com um litro de óleo derramado no chão da casa, em cascada desde o forno que está por cima do frigorífico. Líquido pegajoso a escorrer em fio por ali abaixo e depois a continuar o seu esforço de expansão através das uniões da tijoleira. Baahh!
Depois de tal batalha, uma conferência com um histérico autoritário. Aguentei uma hora e meia nem sei como...
Leituras de recepções inesperadas.
E, depois, duas horas e meia de escuridão com 8 colegas a tentar revelar 20 filmes. Ter acabo é um feito!
E hoje, descobri que na escola existem máquinas elitistas. Mas isto conto para a próxima.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
sábado, 10 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
E eis aquí o primeiro sopro do que me proponho encontrar.
Já estou à procura.
Por um lado a RECONNAISSANCE, com todo o nascimento (naissance) que traz consigo.
Por outro lado os fantasmas que tenho que pensar e fazer aparecer.
Comecei pelo básico, o do pano branco (sim, por que os fantasmas também têm graus de complicação.
Daqueles dias que passei em Barcelona, estão aqui algumas imagens que tirei. Como era um tempo de lazer deixei atrás medidas, limpeza e perfeccionismos e limitei-me a disparar cada vez que a minha atenção era requerida.
Como espasmos - e eu para ali pasmada.
Á medida que ia andando ia encontrando coisas ou situações que me pareceram indicar que estava num inferno ou num paraíso. Mas a maior parte sublinha um estado médio em que nos encontramos a maioría (espero!): o purgatório.
Uma pequena legenda do que há para além daqui.
Aceitam-se sugestões, críticas construtivas e destrutivas.
domingo, 4 de novembro de 2007
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
A partir de hoje tenho uma significativa interrupção escolar e aproveito para passar uns dias em Barcelona, o que talvez ajude as minhas fotos-reconnaissance. E a encontrar os amigos, o amor, o calor humano, a carne... E começar a coser as linhas deste novo projecto com calma, without pressure, sobre la marcha.
Há novas fotografias, são as minhas primeiras fotos escolares. Com uma chambre.
Confesso que pequei e ando a ler o "Código DaVinci", mas é que é tão entretido. Voltarei a coisas mais elevadas.
Bon weekend!
Aqui estão algumas imagens deste verão. Ou de verões anteriores, pouco importa. Ilhas, como nós.
domingo, 21 de outubro de 2007
"(...)
Let us turn to simpler words
And thoughts of things we think to be,
And may assume like flight of birds
that wings find more than eyes can do."
Minor White- August 22,1936
É domingo. Ainda há poucas horas estavam aqui a Patricia, o Alex, a Sara e a ti'sabel: o resto do Colectivo. Gostaram da minha nova casa, de Arles não sabemos por que não tiveram tempo. Seguramente que sim. Não tenho imagens hoje. Foi um fim-de-semana cheio. Viagem, que parecia condenada (devido á greve), a Toulouse. Reencontro com e nesta cidade que se afirma imprescindivel no nosso tratado itinerário.
Depois uma passagem surrealista pelo IKEA. Uma viagem louca num Ford Transit. E uma casa renovada pelas mãos deste colectivo.
Agora a casa pode receber muitas visitas que queiram dormir.
Let us turn to simpler words
And thoughts of things we think to be,
And may assume like flight of birds
that wings find more than eyes can do."
Minor White- August 22,1936
É domingo. Ainda há poucas horas estavam aqui a Patricia, o Alex, a Sara e a ti'sabel: o resto do Colectivo. Gostaram da minha nova casa, de Arles não sabemos por que não tiveram tempo. Seguramente que sim. Não tenho imagens hoje. Foi um fim-de-semana cheio. Viagem, que parecia condenada (devido á greve), a Toulouse. Reencontro com e nesta cidade que se afirma imprescindivel no nosso tratado itinerário.
Depois uma passagem surrealista pelo IKEA. Uma viagem louca num Ford Transit. E uma casa renovada pelas mãos deste colectivo.
Agora a casa pode receber muitas visitas que queiram dormir.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
sábado, 13 de outubro de 2007
Empiezo a fundirme, un poco, en las costumbres de los franceses. Hoy momento importante del Rugby Francés, se juega la semifinal del Mundial: Inglaterra-Francia. ¡Allez les Bleus!
Et voilà!
Como un guiño a las hispánicas. Hoy lo diré todo en esta segunda lengua.
Las novedades son gráfico-domésticas , fotográficas también. Empezamos la práctica, cada uno tiene desde ayer y hasta lunes, en su casa, una cámara de placas. La clásica cámara de fuelle en la que el fotógrafo esconde su cabeza en el trapo negro. Esa misma.
Y... y... y...
Nevera , lavadora, teléfono y somier con patas para mi cama.
Casa completa. Cada dia más acogedor este techo mío.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
A minha bola de pêlo quase esfíngica dorme de pé.
Está encima da mesa da cozinha, ou da parte da sala que faz de cozinha. Aí a uns dois metros de mim vigia, na tolerância da sua sesta, os meus trabalhos aqui no computador.
O principio. A cabeça começa a dar voltas. Ainda não poisou e temo que levará um certo tempo até chegar a algum porto desde onde possa zarpar.
Na escola encontrei a rapariga (Guillemette) que durante meses segui a través do seu blog. E com a qual aprendi algumas coisas sobre esta terrinha.
Uma terrinha, que há que dizê-lo, de tempo indeciso. Isto começa escuro, chove, sopra vento, está frio, fica limpo, raia o sol, mangas curtas, abandono do casaco, volta a chover, galochas, e por aí adiante.
Aqui está um mapa de Arles. A casa e a Escola estão a dois passos. Como quase tudo em Arles.
Porque o trabalho vai mudar, aqui fica de uma forma organizada 50% do meu último trabalho fotográfico. Foi também este o apresentado á escola, durante os exames. É muito formal, mas deu um gozo tremendo. Quando terminei, com distância, descubriram-se muitos simbolos, mais do que aqueles que eu procurei que se vissem.
Eu estava então ás portas da escola.
Agora já avancei um passo.
Hommage à «Au Tambour» d’Eugène Atget.
«Au Tambour» est une photographie de l’entrée d’un petit café où la lumière projette le reflet de la ville sur les vitres.La porte est fermée, personne ne passe ni entre au moment de la prise de vue et cependant le spectateur a l’impression de voir ce qui se passe à l’intérieur, grâce aux indices et aux espaces interstitiels qui énoncent les faits.
L’ensemble de photos ici présenté est une quête photographique de la construction formelle de dix images poursuivant un but semblable à celui d’Atget en ce qui concerne la présence de l’indice dans une image.
Chaque image est construite à partir d’une même composition. Ce sont des prises de vue frontales, géométriquement encastrées dans le format carré, recherchant une neutralité. L’importance est consacrée, premièrement, à ce qui est au-delà, devant l’appareil photo. Cependant, parfois l’espace intermédiaire s’élargit et il y a une énonciation de ce qui est derrière le photographe.
Le sujet est toujours la porte, selon la photographie d’Atget. La porte, un élément symboliquement lourd et c’est la voie, la frontière et la transition mais toujours par rapport à l’être humain.
Está encima da mesa da cozinha, ou da parte da sala que faz de cozinha. Aí a uns dois metros de mim vigia, na tolerância da sua sesta, os meus trabalhos aqui no computador.
O principio. A cabeça começa a dar voltas. Ainda não poisou e temo que levará um certo tempo até chegar a algum porto desde onde possa zarpar.
Na escola encontrei a rapariga (Guillemette) que durante meses segui a través do seu blog. E com a qual aprendi algumas coisas sobre esta terrinha.
Uma terrinha, que há que dizê-lo, de tempo indeciso. Isto começa escuro, chove, sopra vento, está frio, fica limpo, raia o sol, mangas curtas, abandono do casaco, volta a chover, galochas, e por aí adiante.
Aqui está um mapa de Arles. A casa e a Escola estão a dois passos. Como quase tudo em Arles.
Porque o trabalho vai mudar, aqui fica de uma forma organizada 50% do meu último trabalho fotográfico. Foi também este o apresentado á escola, durante os exames. É muito formal, mas deu um gozo tremendo. Quando terminei, com distância, descubriram-se muitos simbolos, mais do que aqueles que eu procurei que se vissem.
Eu estava então ás portas da escola.
Agora já avancei um passo.
Hommage à «Au Tambour» d’Eugène Atget.
«Au Tambour» est une photographie de l’entrée d’un petit café où la lumière projette le reflet de la ville sur les vitres.La porte est fermée, personne ne passe ni entre au moment de la prise de vue et cependant le spectateur a l’impression de voir ce qui se passe à l’intérieur, grâce aux indices et aux espaces interstitiels qui énoncent les faits.
L’ensemble de photos ici présenté est une quête photographique de la construction formelle de dix images poursuivant un but semblable à celui d’Atget en ce qui concerne la présence de l’indice dans une image.
Chaque image est construite à partir d’une même composition. Ce sont des prises de vue frontales, géométriquement encastrées dans le format carré, recherchant une neutralité. L’importance est consacrée, premièrement, à ce qui est au-delà, devant l’appareil photo. Cependant, parfois l’espace intermédiaire s’élargit et il y a une énonciation de ce qui est derrière le photographe.
Le sujet est toujours la porte, selon la photographie d’Atget. La porte, un élément symboliquement lourd et c’est la voie, la frontière et la transition mais toujours par rapport à l’être humain.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Espero que o Coração seja como as Estrelas-do-Mar.
Porque tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro.
Porque tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro. Tenho um buraco cá dentro.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)